Ana, aos 35 anos, era a rainha do "pensamento positivo" - pelo menos na superfície. Ela jurava que através de mantras, visualizações e afirmações, repetindo incessantemente que tudo daria certo, que o universo conspiraria a seu favor e que o sucesso e a felicidade a aguardavam logo ali na esquina. No entanto, sua vida amorosa era um carrossel de decepções e a paz interior no amor era para ela era uma ilustre desconhecida.
O problema de Ana, como ela descobriria mais tarde, era que seu "pensamento positivo" era, na verdade, um belo exemplar de pensamento positivo mal aplicado. Ela tentava sufocar seus sentimentos negativos - medo, insegurança, frustração - sob um manto de otimismo forçado. Ignorava os alertas da sua intuição, as bandeiras vermelhas dos relacionamentos problemáticos, tudo em nome de manter a fachada de positividade inabalável.
Afinal, "vibrar alto" era a palavra de ordem, e reconhecer qualquer sombra dentro de si parecia uma traição a esse ideal. O resultado?
Bem, digamos que o universo não estava exatamente conspirando a favor de Ana. Seus relacionamentos seguiam o padrão de se apaixonar perdidamente por homens emocionalmente indisponíveis, projetando neles qualidades que eles não possuíam e ignorando os sinais óbvios de incompatibilidade. Ela se apegava à crença de que, com "pensamento positivo" suficiente, poderia transformar esses sapos em príncipes encantados. Infelizmente, a realidade teimava em lembrá-la de que a química não se muda com mantras.
A máscara de positividade de Ana começou a rachar quando, após mais um término desastroso, ela se viu mergulhada num poço de tristeza e desilusão. As afirmações positivas pareciam ecoar em vão dentro dela. Foi nesse momento de crise que ela se deparou com a necessidade de pedir ajuda. Alguém deve saber como lidar bem com isso!
Ana descobriu, para seu espanto, que reprimir as emoções negativas não era a solução. Seu terapeuta explicou que a tentativa de esconder sentimentos desconfortáveis no subconsciente causa mais mal do que bem, pois lá eles fermentam e agem de forma mais destrutiva. Era como se, ao tentar varrer a poeira para debaixo do tapete, Ana estivesse, na verdade, criando um monstro debaixo de seus pés.
A partir dessa epifania, Ana decidiu trilhar um novo caminho: o caminho do autoconhecimento. Começou a observar seus pensamentos e sentimentos com honestidade, sem julgamentos. Percebeu que, por trás da fachada de positividade, escondiam-se medos e inseguranças profundas que impulsionavam suas escolhas. Ela estava, como descreve o texto, "vivendo uma mentira, por mais bem-intencionada que seja".
Com a ajuda de terapia e muita reflexão, Ana começou a aceitar suas imperfeições, a entender a origem de seus padrões e a trabalhar para mudá-los. Aprendeu, como diz um dos textos que leu, que "a verdade sempre deve fazê-lo feliz, mesmo aquela que lhe é desagradável". Descobrir as raízes de seus problemas, por mais dolorosas que fossem, trazia consigo a promessa de cura e libertação.
A jornada não foi fácil. Houve momentos de recaída, em que a tentação de voltar aos velhos hábitos era grande. Mas, aos poucos, Ana foi internalizando a ideia de que a dor faz parte do processo de crescimento. Aprender a aceitar as consequências de suas ações passadas, sem se culpar ou tentar fugir da responsabilidade, foi fundamental para sua transformação.
A mudança mais significativa aconteceu quando Ana começou a desapegar-se do ego. Ela percebeu que sua busca incessante pela felicidade externa, a necessidade de controlar tudo e a todos, a impediam de realmente viver e se conectar com o outro.
Ao se desapegar da necessidade de ter sempre razão, de controlar o resultado das situações e de se proteger da dor a qualquer custo, Ana descobriu uma nova forma de se relacionar consigo mesma e com o mundo. Começou a viver no presente, a apreciar as pequenas alegrias e a se abrir para a possibilidade de um amor verdadeiro, baseado na autenticidade e na liberdade.
A história de Ana é um lembrete divertido e inspirador de que o verdadeiro pensamento positivo não é sobre negar a realidade, mas sobre enfrentá-la com coragem, honestidade e compaixão. É sobre a jornada de autoconhecimento, de aceitação da dor e de desapego do ego, que nos leva à verdadeira felicidade e paz interior. E, quem sabe, até a um príncipe encantado de verdade - mas, dessa vez, sem precisar transformar nenhum sapo.
História criada a partir dos conceitos da Palestra 013 do Pathwork® e do conhecimento da realidade de muitas pessoas na busca por relacionamentos amorosos melhores.
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