Quando o Caminho se Divide
- Heitor G. Fagundes
- 11 de set.
- 2 min de leitura
Tem momentos na vida em que tudo parece se estreitar. De repente, aquela estrada larga em que vínhamos caminhando com conforto começa a afunilar. E então surge uma bifurcação. Uma escolha a fazer. Um “sim” ou “não”. Um “vou” ou “fico”. Me movimento ou espero?
Às vezes, essas decisões parecem pequenas. Outras, carregam um peso enorme. Mas quase sempre, lá no fundo, sentimos quando estamos diante de algo que importa. Algo que pode mudar a forma como nos relacionamos com a vida, com os outros, e principalmente, com nós mesmos.
O curioso é que muitos de nós têm medo de decidir. Mesmo desejando o bem, mesmo querendo fazer o certo, nos pegamos paralisados. Como se houvesse uma escolha perfeita esperando por nós — e qualquer erro nos afastasse de Deus.
Mas não é bem assim.
A vida não é uma prova com gabarito. É uma dança. Um diálogo entre o nosso querer e o fluxo mais amplo do universo. Deus não nos testa com armadilhas — Ele nos oferece caminhos para que descubramos quem realmente somos.
Quando evitamos escolher, também estamos escolhendo. Quando adiamos o confronto, o confronto apenas muda de forma, mas não desaparece. E quando tentamos “esperar um sinal” sem escutar o coração, perdemos o momento em que a verdade sussurra baixinho.
A verdade é que decidir exige coragem.
E coragem não significa ausência de medo — significa presença de intenção. Significa dizer: “Mesmo que eu ainda não tenha todas as certezas, eu me disponho a ver, a sentir, a responder.”
E aí, algo se move.
Muitas das situações difíceis que enfrentamos — doenças, perdas, frustrações, portas que se fecham — não são punições. São provas. E não no sentido escolar, mas como oportunidades: convites para crescer, aprofundar, alinhar. Às vezes elas nos forçam a parar. Outras vezes, nos empurram com força. Mas em todas elas, há uma escolha interior a ser feita.
Podemos olhar para o sofrimento e apenas resistir. Ou podemos perguntar, com sinceridade: “O que isso está querendo me ensinar?”Será que posso parar um pouco e olhar com a minha alma os prós e contras de cada opção?
Se a dor está grande demais, isso não significa que falhamos. Significa que a alma está sendo chamada a se fortalecer — não pela força bruta, mas pela rendição consciente.
Porque o que nos fortalece não é vencer a dor, mas permitir que ela nos transforme.
E nos momentos em que parecer que Deus está distante, saiba: Ele está apenas quieto para que você descubra a sua própria voz.
É assim que aprendemos a navegar. Na dúvida, na escolha, no tropeço e no recomeço. E cada vez que fazemos isso com honestidade, o caminho à frente se revela um pouco mais claro.
Talvez a escolha mais importante de todas seja essa: a de continuar escolhendo.
Baseado na Palestra Pathwork 002 – Decisões e Provas
Se quiser ouvir este texto e meditar sobre ele é só acessar no Youtube em : https://www.youtube.com/playlist?list=PL9_WFoS7J2qRScUxpryzpgDIPT5m5bEOY

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