Menopausa e névoa cerebral: entendendo o impacto na mente
- Vanessa Cardoso

- 16 de jul.
- 3 min de leitura

Você está no climatério ou já na menopausa e sente que sua mente não é mais a mesma?
Dificuldade para se concentrar, esquecimentos frequentes, ou aquela sensação de lentidão no raciocínio? Você não está sozinha! Esse fenômeno é conhecido como "névoa cerebral" (ou brain fog), um dos sintomas cognitivos mais comuns dessa fase da vida, e que impacta diretamente a sua saúde mental e bem-estar.
Mas afinal, o que é essa névoa mental e por que ela acontece? E, mais importante, como a psicologia pode nos ajudar a navegar por esse desafio?
Desvendando a Névoa Mental na Menopausa
A névoa cerebral se manifesta de diversas formas:
Lapsos de memória: Esquecer nomes, onde guardou as chaves ou o motivo de ter ido até um cômodo.
Dificuldade de concentração: Perder o foco facilmente em conversas ou tarefas.
Pensamento lento ou confuso: Demorar mais para processar informações ou sentir que sua mente está "pesada".
É fundamental entender que a névoa mental não é um problema neurológico grave. Trata-se de uma resposta temporária do corpo às profundas mudanças hormonais e emocionais que ocorrem na menopausa. É o seu cérebro se adaptando a um novo cenário.
A Conexão Hormonal e Neuroquímica
A principal causa por trás da confusão mental na menopausa é a queda nos níveis de estrogênio, progesterona e testosterona. Esses hormônios são verdadeiros maestros para o bom funcionamento do nosso cérebro.
O estrogênio, em particular, tem um papel vital. Ele está diretamente ligado à memória, ao humor e à clareza cognitiva. Quando os níveis de estrogênio flutuam ou caem drasticamente – o que acontece intensamente no climatério e na menopausa –, o cérebro sente o impacto.
Essa redução hormonal afeta diretamente nossos neurotransmissores, que são os mensageiros químicos do cérebro. Substâncias como dopamina, serotonina e acetilcolina, essenciais para a memória, atenção, e equilíbrio emocional, podem ter sua síntese e liberação comprometidas. É como se a comunicação entre os neurônios ficasse um pouco "embaralhada", levando às sensações de lentidão mental e esquecimento.
O Impacto na Sua Saúde Mental
É natural que a névoa cerebral gere frustração e preocupação. Afinal, sentir que sua mente não está funcionando como antes pode ser assustador e minar sua confiança. Essa percepção pode levar a:
Ansiedade: Preocupação excessiva com a memória ou o desempenho cognitivo.
Baixa autoestima: Sentimentos de inadequação ou diminuição da capacidade.
Estresse: Aumento da tensão ao realizar tarefas que antes eram simples.
Irritabilidade: Frustração com a dificuldade de processamento.
Como a Psicologia Pode Ajudar a Dissipar a Névoa
Embora a névoa cerebral seja um sintoma físico-hormonal, a psicologia oferece ferramentas poderosas para lidar com seus impactos na saúde mental e melhorar a sua qualidade de vida:
Validação e Normalização: Entender que a névoa mental é comum e temporária já é um grande alívio. A psicologia ajuda a normalizar essa experiência, combatendo a autocrítica e a sensação de estar "ficando louca".
Estratégias de Enfrentamento: Desenvolver técnicas para gerenciar os esquecimentos e a dificuldade de concentração no dia a dia. Isso pode incluir a criação de rotinas, uso de agendas, anotações e outras estratégias de organização.
Gestão da Ansiedade e Frustração: A terapia pode ensinar técnicas de relaxamento, mindfulness e reestruturação cognitiva para lidar com a ansiedade e a frustração geradas pelos sintomas.
Ressignificação da Autoimagem: Trabalhar a aceitação das mudanças e fortalecer a autoestima, lembrando-se de que a inteligência e a capacidade não são definidas apenas pela memória imediata.
Foco no Bem-Estar Geral: Adotar hábitos saudáveis como alimentação equilibrada, exercícios físicos e sono de qualidade, que são cruciais para a saúde cerebral e mental. A psicologia pode ajudar a criar motivação e consistência nesses hábitos.
A menopausa é uma fase de transição, e a névoa cerebral é um lembrete de que seu corpo está se reajustando. Ao invés de se culpar ou se frustrar, procure entender o que está acontecendo e saiba que existem maneiras de manejar esses sintomas. Cuidar da sua mente nesse período é tão importante quanto cuidar do seu corpo.
Se você tem vivenciado esses sintomas e eles estão impactando sua qualidade de vida, considere buscar o apoio de um profissional de saúde, seja um ginecologista para discutir as opções hormonais, ou um terapeuta para auxiliar na gestão emocional e cognitiva.
Você já experimentou a névoa cerebral? Como você lida com ela no seu dia a dia? Compartilhe sua experiência nos comentários!






Comentários